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VOZES DO BECO DE DÔLA

Quilombo Beco de Dôla: Comunidade remanescente de quilombo na zona urbana de Vitória da Conquista, Bahia. Lugar de cultura, ancestralidade e resistência negra.

FOTOETNOGRAFIA: A EXPRESSÃO CULTURAL DO QUILOMBO BECO DE DÔLA

A fotoetnografia é um trabalho que combina fotografia e antropologia.

 

Nos registros do trabalho de conclusão de curso de Nicole Prado, o método foi utilizado para documentar os aspectos culturais do Quilombo Beco de Dôla na zona urbana de Vitória da Conquista, Bahia, certificada como Comunidade Remanescente em 2024 pela Fundação Palmares.

 

O projeto destaca as protagonistas femininas, as matriarcas e sua descendência, junto às suas tradições, experiências e a expressão artística que pulsa no lugar. As fotos apresentadas abaixo, divididas por sessões, são testemunhos visuais dessa riqueza cultural.

Os cliques foram feitos e são expostos com o consentimento das personagens, reforçando o compromisso ético de representar suas histórias e identidades com responsabilidade e respeito. O projeto foi orientado pela professora dra. Adriana Camargo Pereira.

CHÃO

Este ensaio inicia com os pés pequeninos das crianças no terreiro de Xangô, em 2022, capturando a leveza das brincadeiras e a profundidade do que aquele chão representa: um legado de resistência e continuidade.

 

Em 2024, a narrativa se expande com Lara Fábia, bisneta de Vó Dôla, refletindo o crescimento e a consciência de sua geração. A placa de reconhecimento do Quilombo Beco de Dôla pela Fundação Palmares, fotografada na casa de tia Zita, simboliza a luta e a celebração da identidade quilombola.

 

Por fim, a vista de uma janela aberta revela a essência acolhedora da comunidade e a importância desse território como espaço de memória e resistência.

O ensaio Fé reflete como a vivência no Beco de Dôla transformou minha percepção sobre o sagrado e a fé.

 

A primeira imagem, do altar do terreiro em 2022, conecta a espiritualidade ao reconhecimento público, com o Troféu Zumbi dos Palmares ladeando Seu Martin Parangolá e Iemanjá. A segunda foto, na casa de tia Zita, destaca o sincretismo religioso e o papel do sagrado no cotidiano da comunidade.

 

Já a celebração de São Cosme e São Damião, registrada em 2023 e 2024, expõe a alegria coletiva e a partilha de alimentos como expressão de fé e união.

 

Por fim, a imagem de Flávia Aparecida, bisneta de vó Dôla, em uma cerimônia religiosa, simboliza a continuidade dessa herança espiritual e cultural. Cada registro traduz a força da fé no Beco: uma conexão entre identidade, resistência e memória.

VOZES DO BECO

Os registros a seguir celebram a música como expressão de identidade e resistência do Beco de Dôla, destacando o trabalho das artistas do grupo Vozes do Beco.

 

Desde shows como o do Festival SouJuventude, em 2024, até momentos de descontração na casa de tia Zita, as imagens refletem a força criativa e a presença transformadora dessas mulheres. Registros como o desfile no bloco Algazarra, no Carnaval, e a ocupação do Plenário Carmen Lúcia, na Câmara Municipal, mostram a música como ponte entre cultura, história e conquista de espaços antes negados.

 

Mais que uma documentação, acompanhar o grupo foi um aprendizado sobre o poder da arte em amplificar narrativas e conectar histórias.

BELEZA

Neste ensaio, a estética é retratada como expressão cultural, resistência e orgulho quilombola no Beco de Dôla.

 

As mulheres da comunidade transformam roupas coloridas, penteados e adereços em símbolos de identidade e força. De Kota, com seus apliques no bloco Algazarra, a Flávia Aparecida, que usa tranças como celebração de ancestralidade, cada detalhe carrega histórias de superação e afirmação.

 

A imagem de Laiz Gonçalves Souza, com turbante e roupas vibrantes, evoca a tradição das antigas passistas do Beco, mostrando como o cuidado com a aparência é também um ato político.

DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO

No Beco de Dôla, a transmissão de saberes é um elo entre gerações.

 

As fotografias a seguir destacam momentos como as bisnetas de vó Dôla tocando tambores no Carnaval, sendo conduzidas pelas mais velhas pela avenida, usando adereços das matriarcas sob o olhar protetor de tia Zita, e as reuniões dominicais de mulheres fortalecendo laços familiares.

 

Com foco nas mãos calejadas de tia Zita, símbolo de trabalho e legado, o ensaio revela como as memórias da comunidade resistem ao tempo.

MATRIARCADO

As matriarcas do Beco de Dôla, aqui representadas por Tia Zita e Vó Dôla, são os maiores símbolos de força e respeito na comunidade, moldando tradições e inspirando os que vieram depois.

 

Fotografias destacam sua importância: Tia Zita é retratada de forma imponente contra o céu, enquanto Vó Dôla aparece em um registro afetuoso com sua neta no colo, preservado com carinho pelos descendentes.

 

Honrar as mais velhas não é apenas simbólico, mas está presente nas ações e valores do lugar, onde essas mulheres são celebradas continuamente, tornando-as pilares de memória e condução para o futuro.

Pesquisas

Pilares da Comunidade

Essas mulheres são pilares que sustentam e elevam a identidade cultural do Quilombo Beco de Dôla, deixando um legado de resistência e orgulho para as próximas gerações.

Sobre a Autora

Nicole Prado é estudante de Jornalismo na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e pesquisadora voltada para os campos da comunicação e cultura.

 

Com foco em fotografia e escrita, dedica-se a unir essas linguagens para dar visibilidade a narrativas frequentemente invisibilizadas, promovendo reflexões sobre identidade, memória e resistência.

Vitória da Conquista, BA, Brasil

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